terça-feira, 24 de novembro de 2015

Admirável (?) Mundo Novo...

Novembro, ano 2015.
 Estivesse eu naquela infância de ruas livres e cheia de claros, lotes vagos a esmo, dos dois lados da Rua Evangelista; ainda que poucos, lá estavam.
 Estive ali há pouco tempo, e a esposa dizia ser um lugar calmo e tranquilo, que deixei para trás...
 Naquela década de infância, que então perdurava por mais tempo por que o termo adolescente, não se falava e nem se escrevia. Passava-se para a vida adulta aos 18, não existiam atos infracionais, todos os quintais eram nossos, bastava que a bola caísse nalgum deles, a não ser que fosse novo o vizinho, ou o velho e sempre ranzinza de sempre, quando a bola era perdida. Algumas vezes voltava; semanas, meses depois, quando então a brincadeira era outra e já possuíamos nova esfera, porém nos deliciávamos  com os carrinhos de rolimã, ou mesmo o jogo de finca, quem sabe era o super trunfo?

 Este tal Novembro de hoje, veio manchado de sangue, cheio de raiva e indignação, diferente daqueles de antes. Àqueles tempos, a raiva e indignação eram mudas, por que residia nos lares o medo subjetivo das ruas. Hoje o medo é real, denso e quase palpável e vem das ruas prá dentro das casas, onde acuando-se as pessoas vão cada vez mais se encolhendo, por medo de ter razão frente a tanta ignorância, ofertada cotidianamente em todos os cantos.

 Que este Novembro se acabe sem prantos (não mais) e com verdadeiras esperanças, acima do medo sublimado e até mesmo o plausível, permitindo-nos um pouco de paz e  harmonia, com os clarões de fim do mundo que batem às janelas.

 Para que este nosso cansaço, cada vez mais alto e irresponsável nos permita ao menos enxergar uma direção diferente, daquelas que nosso íntimo nos revela a cada instante, e rumamos diligentemente; cavando o próprio túmulo...