sexta-feira, 3 de março de 2017

Lá daquela Rua...

Sou um produto dos tempos idos,
perdido neste tempo, de espaços
amplos e enegrecidos
pela ausência das palavras certas...

Em 440 F°, uma contaminação
templária, vinda de lugar estranho, nem tanto
por haver quem de lá mande notícias…

Ah, o meu querer; Em que importa?

Importante é ter dinheiro, mais que razão;
Ter imagem, mesmo sem conteúdo;
Contexto, ser contestação.
Alcançar à distância de um grito, mesmo que ninguém mais ouça;
Algum tipo de verdade calmante
Ou mesmo, mentira que todos gostem….

Ah, Evangelista, por que ainda teima
mostrar-se, em alguns olhares
discretos, palavras vagas
em manhãs tão cinzas?


Vim; Prá ser distante e poder fitar teus olhos, enfurecidos
de dor e da mágoa do abandono, nesta carência de abraços
e o beijo no rosto, cada vez mais entorpecido
pela falta que faz, poder ter as janelas abertas…

Vi: que não há mais intenção
natural, na mão que enxuga meu pranto,
é coisa da maldade impressa; Que delícia!

Hoje trancamos bem as portas
e as janelas, diante de telas de transporte que sempre trazem confusão
e nos são, um falso escudo
a conter uma imensidão
de tolices e coisas sérias, enquanto supostamente seguros, lavamos a louça
do arroz, do feijão e alguma carne…

Ah, menina louça; Que insistente persegue calcanhares
tal qual os vira-latas da esquina
que de tanto correr e brincar,
não se vê; Crescendo!

Vem; vem se pendurar na varanda;
olhar pra tudo ao longe
e se entregar ao sabor do vento
lançando ao ar, bolinhas de sabão...


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